Na introdução do livro Cultura da convergência (Aleph, 2009), Henry Jenkins vai propor um mapeamento da cultura na sociedade atual a partir de três conceitos – convergência dos meios de comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva. Neste trabalho, o foco não é, diretamente, a educação, no entanto, o contexto em questão possui implicações para esta esfera. Neste sentido, Jenkins procurou discutir o tema, num paper que se tornou famoso.
No vídeo, abaixo, podemos ver e pensar sobre como uma professora busca, de certo modo, trabalhar a partir de condições positivas propiciadas pelo ambiente da convergência.
Uma abordagem interessante sobre a inter-relações entre mídias/tecnologias e escola, a partir do vetor externo das primeiras, isto é, a mídia como cultura, é feita no livro Redes ou paredes: A escola em tempos de dispersão (Ed. Contraponto, 2012), de Paula Sibilia. Uma síntese deste trabalho é feita num artigo online da autora, na qual ela busca pensar a “instituição escolar como uma tecnologia – quer dizer, como um dispositivo, como uma ferramenta ou um intricado artefato destinado a produzir algo. E, portanto, é uma tecnologia de época: um aparelho historicamente configurado” (p. 197).
O filme, na sequência, aparentemente não foi feito com a colaboração de Siblia, mas dialoga muito com as ideias apresentadas por ela. É, no meu entender, o melhor documentários da safra recente (que incluí, entre outros, Quando sinto que já sei e Do giz ao tablet) de obras que buscam aproximar-se do universo escolar.
Como na peça de Beckett, a tecnologia e a educação aguardam algo que nunca vem
Uma jornalista da Carta Escola, que realizava uma matéria baseada no título do recente filme Do Giz ao Tablet: por que a tecnologia não revolucionou a educação, me fez algumas perguntas sobre o tema. Como fiquei satisfeito com certas respostas, fiz alguns cortes, complementos e emendas que dão forma ao texto a seguir.
Para tirar melhor proveito do texto abaixo, em debate na classe, produza duas listas: 1) com os tópicos recorrentes e/ou mais importantes do texto e 2) com os aspectos de possível similaridade ou diferenças mais marcantes com a realidade brasileira. Ainda, reflita sobre o que há de semelhante entre o texto e o vídeo “Isso irá revolucionar a educação” (postagem anterior).