Infoeducação

Infoeducação

*Este trabalho foi produzido como resultado das aulas em produção de suportes midiáticos e teve como resultado um mini-documentário como objetivo estudar as intersecções entre o projeto de Infoeducação desenvolvido pelo professor Edmir Perrotti (ECA/USP) na Estação de
Conhecimento do Colégio Pentágono de Alphavile e a epistemologia da Educomunicação.

Através da gravação de três aulas de Infoeducação no Colégio Pentágono em Alphaville – mediadas pelo Professor Radamés Rocha – e sabendo que a Infoeducação se baseia na transmissão e mediação da informação em diversos formatos – como vídeos,música, livros, notícias, contação de história, entre outros, pretendemos identificar e estabelecer pontes entre ambas as práxis.

O plano foi gravar o decorrer das aulas, inclusive o momento em que as crianças chegam na sala, como elas se dão com o espaço e com o mediador, como também suas falasdurante a aula, em que elas expõem um pouco de suas experiências com a prática dainfoeducação. Entremeio a isso, o Professor Radamés nos mostrou o espaço que foi projetadoespecialmente para o projeto de Infoeducação e nos explicou um pouco mais sobre essafilosofia. Ao mostrar a escola e os espaços, trataremos da importância das questões relativas àadequação do espaço físico, tanto da arquitetura quanto do mobiliário, para a prática.

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Quisemos que a gravação fosse feita aos moldes de um olhar infantil: câmera baixa e perto do acontecimento. Foi bem interessante para o grupo participar das aulas e interagir com os alunos. Às vezes impressionados com a nossa presença, outras vezes esquecidos dela,pudemos visualizar que a experiência da aula para eles faz parte de um bem estar muito grande dentro da rotina escolar.
O objetivo deste texto é, pois, amarrar ambas as práticas sob o olhareducomunicativo, nos embasando em bibliografias específicas de cada área. Entendemos queparticipação ativa e a importância do contexto para a mediação entre informação e crianças, ouso das tecnologias, entre outros, são elementos comuns que merecem ser abordados nareflexão para construção de uma práxis efetiva da educomunicação.
Porém, para Beltran, no que diz respeito ao emprego de meios na educação, bem
vindo sejam, desde que aplicados crítica e criativamente, a serviço de um projeto pedagógico,ultrapassando a mera racionalidade tecnológica; como meios de comunicação e não desimples transmissão; como promotores do diálogo e da participação; para gerar e potenciarnovos emissores muito mais que para continuar fazendo crescer a multidão de receptorespassivos. Enfim, não meios que falam e sim meios para falar.
Então, a partir de alguns preceitos do que Perroti pensa sobre a biblioteca escolar, que
ele chama de Estação do Conhecimento, nós iremos relacionar com as premissas da
epistemologia da educomunicação.

No Colégio Pentágono, por entenderem a escola como objeto e fornecedora dos recursos humanos, tem dentre seus objetivos prezar pelo acolhimento, sendo a biblioteca,chamada de “Estação do Conhecimento” o espaço onde ocorrem as atividades de infoeducação, um local que reconhece as comunidades e seus membros em suas diferenças e singularidades.
Nela, os saberes estão em constante rotação e reelaboração, vivos e abertos a destinos surpreendentes, a inquietações que se renovam sem cessar. A educomunicação, conceito que propõe a redefinição dos propósitos da educação escolar estão alinhados com a estação do conhecimento, já que propõe:

• sala de aula na rota onde se cruzam as mensagens dos medias; das novas linguagens;
• outros modos de sentir, ver e compreender;
• ensino em diálogo crítico com as realidades comunicacionais e tecnológicos
• fazer o aluno aprender a aprender – conhecimento socialmente construído;
• ação educativa com sentido para formação do educando;
• ativar as relações intersubjetivas dos jovens

Um dos desafios da educomunicaçãoé intermediar o diálogo entre as escolas e asmídias. A mediação tecnológica favorece a acessibilidade e o emprego democrático de seusrecursos. A questão vai além da “competência digital” individual; o que se pretende é oacesso e o domínio das tecnologias por parte da comunidade escolar, a serviço de uma gestãocompartilhada e eficiente dos recursos da comunicação, envolvendo as demais áreas deintervenção do campo.
Para Perroti, a biblioteca é local de acesso e de educação sobre e para a informação. Aaproximação educomunicadora auxilia a responder às inquietudes teóricas e metodológicasde alunos e professores. Ela fornece ferramentas para o diálogo e para o trabalho em sala deaula, ou lugares alternativos como espaços de leitura, já que propõe lugares interdiscursivospara a educação.
A Educomunicação é um paradigma que a diferencia tanto da Educação como daComunicação, e exige um espaço exclusivo e próprio para sua apropriação, local esse queencontramos no Pentágono. A gestão democrática, como premissa, garante o seu afastamentotanto quanto de outra área do conhecimento mais tradicional.

Id. Repensar laeducación a distância desde lacomunicación. Diálogos de lacomunicación.
Lima: FELAFACS, n. 23, jun, 1992.

Adriana Carrer, Cleber Siquette, Elisa Canjani, Evelyn Soares, Elisa Tobias, Heloisa Marcondes, Mariana Nieri